Thursday, August 2, 2007

Lenda da Herdade do Atacado


No concelho de Alcoutim, não longe da vila, para quem segue do monte da Corte Tabelião para o monte das Cortes Pereiras, no outro lado do Barranco do Alcoutenejo pode encontrar a Herdade do Atacado.
Antigamente era propriedade de uma velha senhora, e esta quando viu que estava no fim da vida, resolveu deixar a propriedade à Nossa Senhora da Conceição, visto esta herdade ser toda avistada da Nossa Senhora da Conceição em Alcotim, e assim foi entregue aos ceareiros, que passariam a pagar um foro a essa mesma Santa.
A velha senhora, dona da herdade, já vergada pelo peso dos anos e pelo trabalho árduo e rural da sua propriedade, usava uma bengala, que lhe servia de apoio, o seu ar era franzino, talvez da idade. Esta senhora como se sentia sozinha, resolveu adoptar uma criança, mais propriamente uma menina.
Esta criança ainda era pequenina, ia com a velhota à fonte buscar água com o seu cantarinho, fazendo este ritual todas as tardes. A fonte ficava a uns duzentos, trezentos metros da casa, tendo a criança que seguir compassadamente para não deixar para trás a velha senhora. Num dia como outro qualquer, lá foram as duas à fonte, encheram oc ântaro com água e fizeram uma ligeira pausa a descansar e lá percorreram depois a distância, que agora custava mais pois era a subir e levavam o peso da água recolhida, mas com muita calma lá chegaram a casa, e puseram o cantarinho de água no lugar habitual.
Começaram então a recolha de lenha para acender o fogo, que as ajudava a suportar o frio. Estavam elas as duas ao pé do fogo, quando a menina, espreintando, viu um objecto estranho debaixo da cama, reparando bem, viu que se tratavam das botas de um homem. Segredou à velhota o que tinha visto, cheia de medo, pois quem estava ali não devia estar com boas intenções, no minimo devia ser para as roubar.
A velha tomou atenção e viu também as botas, ficando muito supreendida, mas já tinha muita experiência de vida, e com a sua astúcia suspeitou das intenções do senhor que se encontrava escondido e disse-lhe assim :
- Compadre, não tem frio? Venha para o pé do fogo com a gente!
O homerm realmente ia com o intuito de as roubar, mas ao ouvir este convite tão amável não pode recusar e foi para o pé do fogo com a velha senhora e a menina.
Começaram então a conversar e palavra puxa palavra, a velhota pergunta-lhe o que estava ele ali a fazer, ao que ele responde que se tinha perdido e como não sabia onde estava tinha-se dirigido aquela casa a ver se alguém lhe dava alguma indicação de onde se encontrava.
Claro que a velhota não acreditou na história e começou ela própria a contar uma história, das muitas que ela sabia, para de uam maneira encapotada poder pedir ajuda, pois nesse conto que estava a contar, chegava a uma determinada altura em que tinha que gritar em plenos pulmões:
- Ai quem me acode? Quem me acode?
O homem atento à história da velha, nem se apercebeu que esta foi a maneira que ela arranjou de pedir ajuda.
A velhota começou por gritar baixinho, ams depois começou a dar mais força ao seu chamamento.
A noite apesar de fria, estava calma e serena, portanto era fácil ouvir o chamamento da velhota, e foi o que aconteceu a um apstor que se envcontrava com o seu rebanho num cerro próximo.
Percebeu que a velhota estava em apuros e foi à povoação mais próxima para comunicar o sucedido e reunir pessoas, que partiram em auxílio da velha senhora e da menina.
O homem sem se aperceber, foi cercado e impedido de executar os seus intentos de assaltar a velha senhotra. Percebeu que ela tinha sido amis esperta que le, e que o tinha levado à certa nesta pequena história em que a recompensa esteve do lado dos mais audazes e contemplando o bem em vez do mal.

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