Saturday, August 4, 2007

Velho Monte


No velho monte,
Antigo,
Eu vejo,
O romper do sol,
Madrugada imperial,
Penetrando os cerros,
Na sua luz viscosa
Interagindo
Com o verde da esteva.
Queria
Conglomerar-me
Com este vasto relevo,
Para me sentir
Ser natural,
Fazer parte
Do seio desta terra
Tão abrupta,
Mas ao emsmo tempo,
Tão mãe
Da sua gente.

Thursday, August 2, 2007

Lenda da Herdade do Atacado


No concelho de Alcoutim, não longe da vila, para quem segue do monte da Corte Tabelião para o monte das Cortes Pereiras, no outro lado do Barranco do Alcoutenejo pode encontrar a Herdade do Atacado.
Antigamente era propriedade de uma velha senhora, e esta quando viu que estava no fim da vida, resolveu deixar a propriedade à Nossa Senhora da Conceição, visto esta herdade ser toda avistada da Nossa Senhora da Conceição em Alcotim, e assim foi entregue aos ceareiros, que passariam a pagar um foro a essa mesma Santa.
A velha senhora, dona da herdade, já vergada pelo peso dos anos e pelo trabalho árduo e rural da sua propriedade, usava uma bengala, que lhe servia de apoio, o seu ar era franzino, talvez da idade. Esta senhora como se sentia sozinha, resolveu adoptar uma criança, mais propriamente uma menina.
Esta criança ainda era pequenina, ia com a velhota à fonte buscar água com o seu cantarinho, fazendo este ritual todas as tardes. A fonte ficava a uns duzentos, trezentos metros da casa, tendo a criança que seguir compassadamente para não deixar para trás a velha senhora. Num dia como outro qualquer, lá foram as duas à fonte, encheram oc ântaro com água e fizeram uma ligeira pausa a descansar e lá percorreram depois a distância, que agora custava mais pois era a subir e levavam o peso da água recolhida, mas com muita calma lá chegaram a casa, e puseram o cantarinho de água no lugar habitual.
Começaram então a recolha de lenha para acender o fogo, que as ajudava a suportar o frio. Estavam elas as duas ao pé do fogo, quando a menina, espreintando, viu um objecto estranho debaixo da cama, reparando bem, viu que se tratavam das botas de um homem. Segredou à velhota o que tinha visto, cheia de medo, pois quem estava ali não devia estar com boas intenções, no minimo devia ser para as roubar.
A velha tomou atenção e viu também as botas, ficando muito supreendida, mas já tinha muita experiência de vida, e com a sua astúcia suspeitou das intenções do senhor que se encontrava escondido e disse-lhe assim :
- Compadre, não tem frio? Venha para o pé do fogo com a gente!
O homerm realmente ia com o intuito de as roubar, mas ao ouvir este convite tão amável não pode recusar e foi para o pé do fogo com a velha senhora e a menina.
Começaram então a conversar e palavra puxa palavra, a velhota pergunta-lhe o que estava ele ali a fazer, ao que ele responde que se tinha perdido e como não sabia onde estava tinha-se dirigido aquela casa a ver se alguém lhe dava alguma indicação de onde se encontrava.
Claro que a velhota não acreditou na história e começou ela própria a contar uma história, das muitas que ela sabia, para de uam maneira encapotada poder pedir ajuda, pois nesse conto que estava a contar, chegava a uma determinada altura em que tinha que gritar em plenos pulmões:
- Ai quem me acode? Quem me acode?
O homem atento à história da velha, nem se apercebeu que esta foi a maneira que ela arranjou de pedir ajuda.
A velhota começou por gritar baixinho, ams depois começou a dar mais força ao seu chamamento.
A noite apesar de fria, estava calma e serena, portanto era fácil ouvir o chamamento da velhota, e foi o que aconteceu a um apstor que se envcontrava com o seu rebanho num cerro próximo.
Percebeu que a velhota estava em apuros e foi à povoação mais próxima para comunicar o sucedido e reunir pessoas, que partiram em auxílio da velha senhora e da menina.
O homem sem se aperceber, foi cercado e impedido de executar os seus intentos de assaltar a velha senhotra. Percebeu que ela tinha sido amis esperta que le, e que o tinha levado à certa nesta pequena história em que a recompensa esteve do lado dos mais audazes e contemplando o bem em vez do mal.