Thursday, September 20, 2007

Festa em honra da Nossa Senhora da Conceição


Esta festa é realizada no monte da Corte Tabelião, na freguesia e concelho de Alcoutim, no segundo domingo de Agosto, tendo sido realizada este ano no dia 12 de Agosto.
Antes da festa tiveram de se fazer alguns preparativos :
Enfeitar as ruas, entrar em contacto com a Câmara Municipal de Alcoutim, para o fornecimento de diversos materiais, como os caixotes do lixo, cadeiras, mesas, o palco, o sistema de som, etc.
Estes são os preparativos mais em cima da festa, pois muito antes desta, já se tinha começado a trabalhar no sentido de contactar empresas para patricionar a festa, a venda de rifas, a a recolha de prémios para fazer o bazar, o contacto de artistas para actuar na festa, acordar com o padre do concelho a hora da procissão, etc.
Além disso, este ano, ´houve o lançamento de um livro, da autoria de António Mestre, chamado "Os Artefactos Antigos do Concelho de Alcoutim", havendo uma festa de lançamento, que contou com a organização de uma mesa para o seu conveniente lançamento. Etsa mesa contou com o Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, o Presidente da Associação Alcance, representada pelo Prof. Francisco Morato, pelo Presidente do Mensageiro da Poesia ( Associação Poética da Amora), pelo autor, António Mestre, por Anabela Gonçalves Mestre, colaboradora do livro, e ainda representantes da empresa, como o Rádio Clube de Alcoutim, o senhor Mário Queiroz e pelo representante do Jornal "O Baixo Guadiana".
A festa começou com uma exposição de fotografia, onde são focadas diversas actividades, como por exemplo a apanha da azeitona; e a mostra do livro de poemas " O Dizer da Memória ", da autoria de António Mestre. Esteve ainda patente ao público a mostra de artefactos antigos que deram origem ao livro com o mesmo nome.
O bazar abriu às dez horas da manhã, e só fechou ao fim da noite, sendo uma forma de fazer face às despesas decorrentes da festa.
Ao almoço cada habitante do monte, reuniu no conjunto das mesas, familiares e amigos, num convívio sem par, com comida feita pelos próprios habitantes e sempre com o apoio do restaurante " O Campina", que também serve refeições e bebidas.
Depois do lançamento do livro "Os Artefactos Antigos do Concelho de Alcoutim", segundo os dipositivos que atrás foram referidos, às 17 horas houve a actuação do Grupo de Cantares do Balurco, que é um grupo ainda recente na sua génese, mas onde a maioria das pessoas que o vcompões têm já uma certa idade. Este grupo canta canções populares muito conhecidas que estão bm no ouvido de novos e velhos.
Após a actuação deste grupo é iniciada a missa em honra da Nossa Senhora da Conceição. Em seguida temos a procissão com o andor da Santa, que percorre toda a povoação, numa dedicação de carinho e fé a esta Santa.
Terminada a procissão, a Comissão de Festas ofereceu um lanche a todo o povo presente, para depois se seguir o baile abrilhantado pelo acordionista Ernesto Baptista, que tocou canções populares, bem ao gosto destas gentes.
Às 21.30 horas houve um intervalo para a actuação do grupo alentejno "Restolhice", que cantou canções de origem alentejana.
Voltou então depois o acordionista para o baile e que tocará até ao fim da festa, que mais um ano trouxe até à Corte Tabelião, dezenas e dezenas de pessoas, numa expressão popular nunca antes vista neste monte, uma festa do povo e para o povo, é claro com os devidos apoios que já foram mencionados.

Friday, September 14, 2007

A Figueira

A fiueira é uma árvore com a sua importância no concelho de Alcoutim, sendo para muitas pessoas com uma importância fundamental, enquanto há outras pessoas que não lhe ligam nenhuma.
A figueira é uma árvore de folha caduca e a sua cultura é em terra boa, sendo especialmente em terras de barro ou mesmo em terras de areia, existe praticamente em todo o país, mas é mais frequente no Algarve Litoral e em Espanha devido ao clima Mediterrânico.
As suas folhas servem para a alimentação dos gados como ovelhas e cabras.
A figueira dá um fruto chamado figo, havendo figos de várias qualidades e tamanhos, distiguem-se pela cor e qualidade, sendo assim há figos de S. João, figos lampos, figos lampos pardos, etc.
Estes são os da primeira camada, na segunda que é em Agosto Setembro, ainda existem mais qualidades de figos, existindo com várias finalidades, como a alimentação dos passarinhos, para a nossa alimentação em verdes, ou para secar. Depois de secos poderão servir, para fazer estrelas ou figos cheios, os figos torrados, geralmente servem para guardar, sendo estes comidos na sementeira ou no Inverno.
Antigamente accontecia, que os figos eram escolhidos os melhores para torrar, sendo os menos bons para a alimentação dos gados, dos porcos e dos outros animais. Os que eram para torrar metiam-se dentro de uma canastra em camadinhas misturadas com um erva aromática que há no campo, chamado funcho e que dá um sabor formidável aos figos, tanto na sua conservação como no seu sabor.
Muitas das pessoas também fazem aguardente, sendo esse caso mais raro, essa aguardente serve também para produtos medicinais.

Tuesday, September 11, 2007

O Casal de Rurais

Um casal de trabalhadores rurais andavam na sua vida do dia a dia: enquanto ele se ocupava a fazer carvão, a mulher ia todos os dias levar-lhe o almoço.
Um certo dia quando regressava de ter ido levar o almoço ao seu marido, apareceu uma lebre aos saltos, a mulher rápida agarra uma pedra e atira-lhe, e não é que acerta mesmo na cabeça da lebre tendo ficado a mulher toda radiante.
No outro dia, indo levar o almoço ao seu marido, aproveitou para contar ao marido da lebre, mas contou muito lá à sua maneira: - contou-lhe que o galo é que tinha apanhado a lebre ao que o marido respondeu:
- Como é que isso pode ser?!
No entanto, a mulher tentou demonstrar-lhe como era possível o galo apanhar a lebre.
Pôs a lebre no chão e deitou-lhe bagos de trigo para cima da lebre (sem que o marido visse), o marido ao ver o galo a picar na lebre ficou acreditando que na realidade tinha sido o galo a apanhar a lebre.
Mais tarde o marido encontrou um alforge cheio de dinheiro e começou a pensar como é que haveria de resolver o problema, no entanto contou à sua mulher que tinha encontrado aquela quantia em dinheiro: ela ficou logo toda contente:
- Bem já temos dinheiro para as nossas extravagâncias!
Não obteve a colaboração do marido, porque este tinha medo que aparecesse o dono do dinheiro, ao que o alforge tinha de ser devolvido, mas ela não concordava com a posição do marido.
Então o que é que a mulher pensou em fazer, em vez de levar a lebre arranjadinha para o almoço dos dois deixou ficar a lebre, e para quê? Logo que aparecesse o dono do alforge ela já tinha estudado o problema, ela iria fazer uma marotice das suas: " Para que o dono do alforge não acreditasse que o marido timha encontrado o alforge do dinheiro, ela diria:
-Veja lá o meu galo também apanhou uma lebre e isso é tão verdade como o meu marido ter encontrado o seu alforge com o dinheiro.
Acabando assim o dono do alforge por ir embora não acreditando que o marido da senhora tivesse encontrado o alforge.
Assim termina o conto do alforge e da lebre, com uma lição:
Sê mais esperto que o outro que pode ser que sejas beneficiado.

Saturday, August 4, 2007

Velho Monte


No velho monte,
Antigo,
Eu vejo,
O romper do sol,
Madrugada imperial,
Penetrando os cerros,
Na sua luz viscosa
Interagindo
Com o verde da esteva.
Queria
Conglomerar-me
Com este vasto relevo,
Para me sentir
Ser natural,
Fazer parte
Do seio desta terra
Tão abrupta,
Mas ao emsmo tempo,
Tão mãe
Da sua gente.

Thursday, August 2, 2007

Lenda da Herdade do Atacado


No concelho de Alcoutim, não longe da vila, para quem segue do monte da Corte Tabelião para o monte das Cortes Pereiras, no outro lado do Barranco do Alcoutenejo pode encontrar a Herdade do Atacado.
Antigamente era propriedade de uma velha senhora, e esta quando viu que estava no fim da vida, resolveu deixar a propriedade à Nossa Senhora da Conceição, visto esta herdade ser toda avistada da Nossa Senhora da Conceição em Alcotim, e assim foi entregue aos ceareiros, que passariam a pagar um foro a essa mesma Santa.
A velha senhora, dona da herdade, já vergada pelo peso dos anos e pelo trabalho árduo e rural da sua propriedade, usava uma bengala, que lhe servia de apoio, o seu ar era franzino, talvez da idade. Esta senhora como se sentia sozinha, resolveu adoptar uma criança, mais propriamente uma menina.
Esta criança ainda era pequenina, ia com a velhota à fonte buscar água com o seu cantarinho, fazendo este ritual todas as tardes. A fonte ficava a uns duzentos, trezentos metros da casa, tendo a criança que seguir compassadamente para não deixar para trás a velha senhora. Num dia como outro qualquer, lá foram as duas à fonte, encheram oc ântaro com água e fizeram uma ligeira pausa a descansar e lá percorreram depois a distância, que agora custava mais pois era a subir e levavam o peso da água recolhida, mas com muita calma lá chegaram a casa, e puseram o cantarinho de água no lugar habitual.
Começaram então a recolha de lenha para acender o fogo, que as ajudava a suportar o frio. Estavam elas as duas ao pé do fogo, quando a menina, espreintando, viu um objecto estranho debaixo da cama, reparando bem, viu que se tratavam das botas de um homem. Segredou à velhota o que tinha visto, cheia de medo, pois quem estava ali não devia estar com boas intenções, no minimo devia ser para as roubar.
A velha tomou atenção e viu também as botas, ficando muito supreendida, mas já tinha muita experiência de vida, e com a sua astúcia suspeitou das intenções do senhor que se encontrava escondido e disse-lhe assim :
- Compadre, não tem frio? Venha para o pé do fogo com a gente!
O homerm realmente ia com o intuito de as roubar, mas ao ouvir este convite tão amável não pode recusar e foi para o pé do fogo com a velha senhora e a menina.
Começaram então a conversar e palavra puxa palavra, a velhota pergunta-lhe o que estava ele ali a fazer, ao que ele responde que se tinha perdido e como não sabia onde estava tinha-se dirigido aquela casa a ver se alguém lhe dava alguma indicação de onde se encontrava.
Claro que a velhota não acreditou na história e começou ela própria a contar uma história, das muitas que ela sabia, para de uam maneira encapotada poder pedir ajuda, pois nesse conto que estava a contar, chegava a uma determinada altura em que tinha que gritar em plenos pulmões:
- Ai quem me acode? Quem me acode?
O homem atento à história da velha, nem se apercebeu que esta foi a maneira que ela arranjou de pedir ajuda.
A velhota começou por gritar baixinho, ams depois começou a dar mais força ao seu chamamento.
A noite apesar de fria, estava calma e serena, portanto era fácil ouvir o chamamento da velhota, e foi o que aconteceu a um apstor que se envcontrava com o seu rebanho num cerro próximo.
Percebeu que a velhota estava em apuros e foi à povoação mais próxima para comunicar o sucedido e reunir pessoas, que partiram em auxílio da velha senhora e da menina.
O homem sem se aperceber, foi cercado e impedido de executar os seus intentos de assaltar a velha senhotra. Percebeu que ela tinha sido amis esperta que le, e que o tinha levado à certa nesta pequena história em que a recompensa esteve do lado dos mais audazes e contemplando o bem em vez do mal.

Thursday, July 26, 2007

Lenda do Tabelião


Ao lerem este texto muitas das pessoas ficam a saber porque este monte se chama Corte Tabelião, pois a pessoa fundar este monte foi o chefe do Registo Civil, então chamado Tabelião, e que veio morar para aqui.
Esse homem que era o Tabelião era um alto e esbelto, com um bigode com as guias bem afiadas, para se manter em bom estado, com um colete que usava em especial no Inverno, umas botas caneleiras, fato e gravata, um vestuário que nunca dispensava o seu uso, usava também um chapéu, com abas muito estreitinhas, e geralmente era quase sempre cor verde, um verde escuro, que mais fazia lembrar o verde escuro dos campos.
Tinha um cavalo aonde se fazia transportar diáriamente para o seu posto de trabalho, que era no Registo Civil, e que ficava a cerca de quatro quilómetros, entre Alcoutim e a Corte Tabelião. Quando esse senhor veio para cá morar, não havia nem sequer casas, mas ele certamente veio por essas cumeadas acima, até chegar aqui ao alto, e foi aqui que ele encontrou um lugar para morar, porque daqui avistava uma determinada área em seu redor, e então resolveu em ficar por aqui, mandando construir aqui a sua casa e a cavalariça para o seu animal, e de onde vem o nome da Corte Tabelião.
Após resolver ficar por aqui , mandou fazer a casa e a cavalariça, o maior problema foi a falta de produtos essenciais à sua vivência, incluindo telhas, pedras e barro, etc. tendo mandar alguém a tratar destes assuntos, e seriam os animais de carga a transportar esses mesmos materiais.
Após se encontrar aqui a morar, os seus tempos livres eram ocupados entre a horta e a pesca, a horta tinha um bocado de terreno, que o senhor Tabelião desbravou e preparou, semeando as suas batatas, couves, feijão como diversos produtos essenciais à sua alimentação, a pesca era num lugar aqui bem próximo, e que se chama o Barranco dos Ladrões, mais concretamente o Pego do Inferno.
O Tabelião morava aqui neste local, é evidente que nem sequer há vestígios da sua residência, mas segundo a lenda contada por antepassados nossos, era este o local.

Monday, July 16, 2007

Alcoutim

Alcoutim,
Recanto de velhos montes
Ao cimo um cerro
Um aglomerado de casas velhas
Desabitadas já
Onde ainda moram
Os sorrisos meninos
De outrora
Quando ainda havia
Por aqui muita gente
E os habitantes eram netos
Em vez de avós
E ricos poucos
Para os tantos pobres
Que iam trabalhar para eles
Montes verdes
Onde a retina
Do meu olhar profundo
Tenta captar a essência
Do seu mundo à deriva
Que quer sua
Esta gente nobre
Sem lhes invejar a sorte.

Wednesday, June 20, 2007

Lenda do Pego do Inferno


Num dos sítios mais pitorescos que existe na nossa freguesia, ou até no nosso concelho e é do desconhecimento da maior parte das pessoas que se convidam para que visitem este local, digno de ser visitado, especialmente no Inverno e na Primavera que é quando existe mais água no pego e dá efeitos muito bonitos.
Quem quiser visitar este local, já sabe, que ele se situa próximo do monte da Corte Tabelião.
Conta-se que os Mouros em tempos teriam habitado aquele local, levando tudo a crer pelos vestígios que são uma prova dessa presença, havendo assentos de casas e diversos pedregais.
Pensa-se que foram os Mouros que ao passarem por ali, cortaram o Ribeiro dos Ladrões, ficando a parte por onde o Ribeiro passava, destinado às hortas, aonde esses povos semeavam as hortaliças que serviam para a sua alimentação.
O Pego do Inferno era a grande nascente de água, aonde esses povos aproveitavam, para a rega das suas hortas, como para as necessidades caseiras, ou até mesmo para a sua higiene pessoal, como tomar banho.

Saturday, June 16, 2007

Lendas da Corte Tabelião

No período que vou relatar, encontrávamo-nos numa época conturbadada nossa história. Nesse tempo existiam os Guerrilhas, dois ou mais, que andavam a cavalo, e que chegavam com os cavalos onde pudessem comer alguma coisa, mesmo contra a vontade das pessoas que se encontravam a tratar desses produtos.
Um dia, em tempos já muitos recuados, as pessoas viram ao longe dois vultos, e pensaram logo que seriam os Guerrilhas, e quando estes se aproximaram, viram que tinham razão no seu pressentimento, estando as pessoas na eira a limpar o trigo.
Arrumaram os cavalos ao lado do monte de trigo, começando estes a comer o trigo, que as pessoas estavam a limpar, e sem ter sido dada autorização para tal, antes pelo contrário foi pedido, para não fazerem aquilo, os Guerrilhas então voltaram-se para a população, agredindo-os com um chicote que traziam com eles.
Uns dias mais tarde, a este referido acontecimento, no forno comunitário da Corte Tabelião estavam as mulheres a deitar o pão, aparecem eles outra vez, e como havia pouco tempo que se havia dado o caso da eira, a notícia andava de boca em boca, e as pessoas andavam amedrontradaas com aquela situção. Eles chegaram e arrumaram os cavalos ao poial do forno
e estes mesmo sem o pão estar cozido, começaram-no a comer, acabando com o pão que estava nos tabuleiros, os Guerrilhas disseram às senhoras para tirar o restante pão do forno, mesmo sem ainda estar cozido e deram-no a comer aos cavalos que acabaram por morrer de congestão.
Isto só mostra que a ganância dos Guerrilhas era tanta, que acabaram por fazer mal aos próprios cavalos, que eram no fundo o seu meio de transporte

Lendas da Corte Tabelião


Sunday, June 3, 2007

O Beijo dos Amantes


Há muito tempo
Mesmo muito tempo,
Houve um beijo,
Que ninguém beijou.
E nessa noite
De tréguas e tempestade,
Por esquecimento,
Ou desprendimento,
Houve algo,
Que não se fez,
E no entanto,
Perdurou na memória.
Alguém passou
E disse:
Quem me dera também,
Essa mágoa imaculada
Que existe
No beijo dos amantes.
Mas o beijo não se deu,
E só restou a dor,
Em pó simétrico,
Corroendo por dentro,
A ruína dos dias
Sem história,
De algo que ficou suspenso,
num tempo imemorial.

Praia

Nesta praia
De água doce,
Onde suavemente
Mergulho...
E me demoro
Um pouco mais,
Sempre
Um pouco mais.
Daquele rio,
Que corre
No meu sangue,
Guadiana.
Daquelas pedras
Que me constituem
As carnes,
É Alcoutim,
Que me chama
Cada vez mais,
Para o seu seio.

Thursday, May 24, 2007

O Museu dos artefactos antigos

Tenho dois vasos à porta
Todos os dois, têm lindas rosas
Para alegrar o teu coração
Já que elas são tão formosas.
Dentro, temos a linda enfusa,
Que serve para trazer água
Enquanto esta, se alegra e dura
Onde se acabando é uma mágoa
Ó monte da Corte Tabelião
Tens a roca, mais o tear
E para completar tens o pudão
Enquanto isso, a roca está a fiar.
Temos a pá para apadejar
Servindo para limpar o trigo
Temos a vassoura para o casulo, retirar
Faz assim como eu te digo.
Temos a charrua para lavrar
Enquanto vai virando a terra
Falta o puxo para completar
Tudo em harmonia netsa serra.

Wednesday, May 16, 2007

Ó monte da Corte Tabelião


Muita gente já criaste
Muitos moradores já tiveste
Outros que já perdeste
Mas nós vamos vencer
Todos juntos nós juramos
Que não te vamos deixar morrer
Ó monte da Corte Tabelião
Ó Monte da Corte Tabelião
És pequeno, mas vaidoso
Tens uma santinha
Que é o orgulho do nosso povo
Ó monte da Corte Tabelião
Mostrando a sua beleza
Aonde se reza a oração
És uma linda princesa
Ó monte da Corte Tabelião
Tens lindas casas caiadas
Com as tuas ruas enfeitadas
Onde tens toda a devoção

Tuesday, May 15, 2007

A apanha da amêndoa

Ao falar sobre a amendoeira, não podemos deixar de referir, como esta era importante nos anos cinquenta-sessenta nesta região, numa altura em que todas as pessoas tinham amendoeiras para apanhar, em maior ou menor quantidade e faziam da actividade da apanha da amendoa um meio lucrativo de fazer trabalho de campo.
Nesses anos as amendoeiras eram uma mais valia para as gentes desta região, pois até havia ranchos de mulheres que levavam o Verão inteiro na apanha de amêndoa, especialmente no Algarve Litoral. Cada mulher tinha uma canastra média para encher e descascar o fruto da amendoa, pois só assim tinham a pionada ganha.
Naquela altura era lucrativo esta actividade, por isso não ficava nas amendoeiras uma única amendoa, até os jovens rapazes e raparigas iam ao rabisco, depois da apanha das amêndoas, ou seja, iam apanhar as poucas amêndoas que eram deixadas pelos apanhadores.
Hoje em dia já pouco se apanha amêndoa, já que não há compradores para ela,visto que as amêndoas que temos na nossa região não obedecem a um padrão calibrado.
No entanto a amendoeira é uma árvore que existe em grande quantidade no nosso país, devido ao clima de feição. Existe assim em grande quantidade em Trás-os-Montes e no Algarve e tem diversas qualidades como: o amarelo duro, as verdiais, Asserias e Calhau: esta última é muito grande e rara de encontrar.
A amendoeira é uma árvore de estatura média e muito bonita, especialmente quando está em flor, o que acontecenos primeiros meses do ano.
A flor da amendoeira
É a primeira do ano
Esses teus olhos menina
São os primeiros que eu amo
A amêndoa depois de estar em flor e vingada, vai ao mesmo tempo dando a folha que vai crescendo até aos meses de Maio-Junho, até que chega ao tamanho normal, o fruto já nascido, começa a abrir a casca ficando pronto para ser apanhado, depois disto realizado, as amêndoas são colocadas em sacas e levadas para casa, onde são descascadas, ficando prontas para a venda. Muitas delas são partidas para serem utilizadas no uso caseiro, especialmente na feitura de bolos. Pode também ter outras utilidades como o óleo de amêndoa.
A amêndoa é uma árvore de folha caduca, começando a sua a folha a cair no Outono, servindo para a alimentação do gado.
É uma pena que estas amêndoas agora fiquem eternizadas nas amendoeiras, pois apesar de não serem calibradas, são muito mais saborosas que as outras.

Monday, May 14, 2007

Nossa Senhora Da Conceição

És a nossa padroeira
Nossa Senhora da Conceição,
Para o povo desta terra
Chamada Corte Tabelião.
És um sonho
És tudo, para esta povoação
Por isso te fazemos uma festa
Ó Senhora da Conceição.
Esta Santa
No seu altar inserida
A quem muitos pedem, tanta coisa,
Sendo o mais importante a vida.
Foi com labor e entrega
Que se embelezou aquele altar
Foi com alegria eterna
Mais o amor do Teu olhar.
A nossa devoção é tanta
Que te demos um altar
Par Nos poderes abençoar
Nas nossas horas de azar.
No sorriso de uma vida
Trago esta Santa Conceição
Para por Ela puder rezar
Em qualquer ocasião.
Lembra-te sempre deste povo
Senhora da Conceição
Numa certeza absoluta
De Te trazerem sempre no coração.
Ficas sempre bem neste monte
Da freguesia de Alcoutim
Ficas entre duas ribeiras
Onde só há estevas e alecrim.
Só Ela compreende o meu sofrimento
Quando rezo perante o seu altar,
Desta vida amargurada
Que me dá tanta vontade de chorar.

Sunday, May 13, 2007

Pego do Inferno



Pego do Inferno
Por onde corre a água
Que me lembra a minha juventude
Cascata eterna
De dor secreta
Tão à beira de mim
Quando vejo a sua cascata
Toda a minha alma se torna trémula
Ante a suspeita
De que seja a última vez
Que veja a sua beleza
De cariz tão raro.

Thursday, May 3, 2007

A minha terra

Alcoutim é o meu concelho
E ao mesmo tempo, a minha freguesia
Eu moro neste monte; Corte Tabelião
E faço isso com muita alegria.
Eu nunca fui um grande poeta
Tento apenas ser um bom cidadão
Faço estes simples versinhos
Como quem precisa de ter uma distracção
Em velhos tempos, fui pastor
Ovelhas, cabras; todo o tipo de animais eu guardei
Em velhos tempos fui lavrador
Trigo, aveia; e outras coisas eu lavrei
Era esta a enraízada tradição.
Mesmo pobre, gosto muito da minha terra,
Pois foi ela que me viu nascer
É bem modesta, eu sei,
Mas nenhuma outra me pode tão bem acolher
Saí muito cedo deste monte
Desta terra, mesmo raina
Que fica nesta linda serra
Mesmo à beira do Guadiana.

Tuesday, May 1, 2007

Se uma esteva
Me estorva,
Desvio-me
da sua flor branca
De resina
E pressentimento.
Para não ficar colada
Na aridez do seu corpo
De terra máscula
E seca
Que engole
O meu chorar
De miúda pequena
E singela.

Corte Tabelião




Caros Cybernautas, este blog trata de um pequeno monte, perdido no concelho de Alcoutim, escasso de moradores, e os que lá moram, já são de idade avançada. Mas o espírito de cooperativismo não morreu, e apesar de tudo, de há três anos para cá vêm-se realizando naquela pequena povoação uma pequena festa no segundo domingo de Agosto, em favor a Nossa Senhora da Conceição, e como têm feito sucesso, a comissão de festas resolveu pôr ao vosso dispor o relato da vida daquela pequena povoação.

É este Portugal interior que não podemos perder de vista,pois embora já se diga à boca cheia que

estamos no Algarve, só vemos em volta campos

de mato e serra.