Thursday, July 26, 2007

Lenda do Tabelião


Ao lerem este texto muitas das pessoas ficam a saber porque este monte se chama Corte Tabelião, pois a pessoa fundar este monte foi o chefe do Registo Civil, então chamado Tabelião, e que veio morar para aqui.
Esse homem que era o Tabelião era um alto e esbelto, com um bigode com as guias bem afiadas, para se manter em bom estado, com um colete que usava em especial no Inverno, umas botas caneleiras, fato e gravata, um vestuário que nunca dispensava o seu uso, usava também um chapéu, com abas muito estreitinhas, e geralmente era quase sempre cor verde, um verde escuro, que mais fazia lembrar o verde escuro dos campos.
Tinha um cavalo aonde se fazia transportar diáriamente para o seu posto de trabalho, que era no Registo Civil, e que ficava a cerca de quatro quilómetros, entre Alcoutim e a Corte Tabelião. Quando esse senhor veio para cá morar, não havia nem sequer casas, mas ele certamente veio por essas cumeadas acima, até chegar aqui ao alto, e foi aqui que ele encontrou um lugar para morar, porque daqui avistava uma determinada área em seu redor, e então resolveu em ficar por aqui, mandando construir aqui a sua casa e a cavalariça para o seu animal, e de onde vem o nome da Corte Tabelião.
Após resolver ficar por aqui , mandou fazer a casa e a cavalariça, o maior problema foi a falta de produtos essenciais à sua vivência, incluindo telhas, pedras e barro, etc. tendo mandar alguém a tratar destes assuntos, e seriam os animais de carga a transportar esses mesmos materiais.
Após se encontrar aqui a morar, os seus tempos livres eram ocupados entre a horta e a pesca, a horta tinha um bocado de terreno, que o senhor Tabelião desbravou e preparou, semeando as suas batatas, couves, feijão como diversos produtos essenciais à sua alimentação, a pesca era num lugar aqui bem próximo, e que se chama o Barranco dos Ladrões, mais concretamente o Pego do Inferno.
O Tabelião morava aqui neste local, é evidente que nem sequer há vestígios da sua residência, mas segundo a lenda contada por antepassados nossos, era este o local.

Monday, July 16, 2007

Alcoutim

Alcoutim,
Recanto de velhos montes
Ao cimo um cerro
Um aglomerado de casas velhas
Desabitadas já
Onde ainda moram
Os sorrisos meninos
De outrora
Quando ainda havia
Por aqui muita gente
E os habitantes eram netos
Em vez de avós
E ricos poucos
Para os tantos pobres
Que iam trabalhar para eles
Montes verdes
Onde a retina
Do meu olhar profundo
Tenta captar a essência
Do seu mundo à deriva
Que quer sua
Esta gente nobre
Sem lhes invejar a sorte.