Wednesday, June 20, 2007

Lenda do Pego do Inferno


Num dos sítios mais pitorescos que existe na nossa freguesia, ou até no nosso concelho e é do desconhecimento da maior parte das pessoas que se convidam para que visitem este local, digno de ser visitado, especialmente no Inverno e na Primavera que é quando existe mais água no pego e dá efeitos muito bonitos.
Quem quiser visitar este local, já sabe, que ele se situa próximo do monte da Corte Tabelião.
Conta-se que os Mouros em tempos teriam habitado aquele local, levando tudo a crer pelos vestígios que são uma prova dessa presença, havendo assentos de casas e diversos pedregais.
Pensa-se que foram os Mouros que ao passarem por ali, cortaram o Ribeiro dos Ladrões, ficando a parte por onde o Ribeiro passava, destinado às hortas, aonde esses povos semeavam as hortaliças que serviam para a sua alimentação.
O Pego do Inferno era a grande nascente de água, aonde esses povos aproveitavam, para a rega das suas hortas, como para as necessidades caseiras, ou até mesmo para a sua higiene pessoal, como tomar banho.

Saturday, June 16, 2007

Lendas da Corte Tabelião

No período que vou relatar, encontrávamo-nos numa época conturbadada nossa história. Nesse tempo existiam os Guerrilhas, dois ou mais, que andavam a cavalo, e que chegavam com os cavalos onde pudessem comer alguma coisa, mesmo contra a vontade das pessoas que se encontravam a tratar desses produtos.
Um dia, em tempos já muitos recuados, as pessoas viram ao longe dois vultos, e pensaram logo que seriam os Guerrilhas, e quando estes se aproximaram, viram que tinham razão no seu pressentimento, estando as pessoas na eira a limpar o trigo.
Arrumaram os cavalos ao lado do monte de trigo, começando estes a comer o trigo, que as pessoas estavam a limpar, e sem ter sido dada autorização para tal, antes pelo contrário foi pedido, para não fazerem aquilo, os Guerrilhas então voltaram-se para a população, agredindo-os com um chicote que traziam com eles.
Uns dias mais tarde, a este referido acontecimento, no forno comunitário da Corte Tabelião estavam as mulheres a deitar o pão, aparecem eles outra vez, e como havia pouco tempo que se havia dado o caso da eira, a notícia andava de boca em boca, e as pessoas andavam amedrontradaas com aquela situção. Eles chegaram e arrumaram os cavalos ao poial do forno
e estes mesmo sem o pão estar cozido, começaram-no a comer, acabando com o pão que estava nos tabuleiros, os Guerrilhas disseram às senhoras para tirar o restante pão do forno, mesmo sem ainda estar cozido e deram-no a comer aos cavalos que acabaram por morrer de congestão.
Isto só mostra que a ganância dos Guerrilhas era tanta, que acabaram por fazer mal aos próprios cavalos, que eram no fundo o seu meio de transporte

Lendas da Corte Tabelião


Sunday, June 3, 2007

O Beijo dos Amantes


Há muito tempo
Mesmo muito tempo,
Houve um beijo,
Que ninguém beijou.
E nessa noite
De tréguas e tempestade,
Por esquecimento,
Ou desprendimento,
Houve algo,
Que não se fez,
E no entanto,
Perdurou na memória.
Alguém passou
E disse:
Quem me dera também,
Essa mágoa imaculada
Que existe
No beijo dos amantes.
Mas o beijo não se deu,
E só restou a dor,
Em pó simétrico,
Corroendo por dentro,
A ruína dos dias
Sem história,
De algo que ficou suspenso,
num tempo imemorial.

Praia

Nesta praia
De água doce,
Onde suavemente
Mergulho...
E me demoro
Um pouco mais,
Sempre
Um pouco mais.
Daquele rio,
Que corre
No meu sangue,
Guadiana.
Daquelas pedras
Que me constituem
As carnes,
É Alcoutim,
Que me chama
Cada vez mais,
Para o seu seio.